quinta-feira, 15 de abril de 2010

Controle de Qualidade – Noções Básicas

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Pipetas, Provetas e Buretas
Objetivo: Manusear aparelhos destinados a medir volume
Fundamentação Teórica
A medida precisa de volume é uma prática importante e muitos métodos analíticos, assim como na tecnologia farmacêutica no preparo de formulações.
O processo de medida de volumes de líquidos é uma prática trivial para o farmacêutico-magistral, porém, se não for feita com parcimônia pode acarretar em erros.
O instrumento de medição deve ser adequado ao volume a ser medido e a precisão desejada. Desta forma, para minimizar o erro, os instrumentos devem apresentar uma forma cilíndrica e a coluna de líquido formada deve ser a mais estreita possível. Assim sendo, um erro de leitura, será menor para a pipeta, intermediário para a proveta e maior para o cálice.
Segundo a USP, uma proveta graduada cilíndrica aceitável com 10 mL e diâmetro interno de 1,18 cm contêm 0,109 mL de líquido em cada 1 mm. Se o farmacêutico-magistal errou na leitura em 1 mm, causaria um erro de 1,09% ao medir 10 mL, 2,18% ao medir 5 mL e 10,9% ao medir 1 mL. Observando o fato, o instrumento de medida, deverá ter a capacidade igual ou pouco superior à quantidade a ser medida.
Conforme Goldstein e Mattocks, com base em um erro de leitura de 1 mm da marca e erro permissível de 2,5% e 5,0 %, as menores quantidades a serem medidas nas seguintes provetas cilíndricas graduadas, conhecidos os diâmetros internos, são as seguintes:
Proveta
Diâmetro interno
Desvio do volume real
Volume Mensurável mínimo
2,5 % de Erro
5,0 % de erro
5,0 mL
0,98 cm
0,075 mL
3,00 mL
1,50 mL
10,0 mL
1,18 cm
0,109 mL
4,36 mL
2,18 mL
25,0 mL
1,95 cm
0,296 mL
11,84 mL
5,92 mL
50,0 mL
2,24 cm
0,394 mL
15,76 mL
5,88 mL
100,0 mL
2,58 cm
0,522 mL
20,88 mL
10,44 mL

Qualquer que seja o instrumento de medida é importante assegurar que:
  • A medida deve ser realizada na vertical e a leitura feita no menisco;
  • O líquido deve ser cuidadosamente escoado até o completo esgotamento;
  • Evitar a utilização de diferentes instrumentos de medida em uma mesma formulação;
  • Selecionar, sempre, o menor instrumento para a medida, o mais próximo possível do volume desejado;
  • Quando medir líquidos viscosos, é necessário dar o tempo adequado para se proceder a leitura do menisco;
  • Caso o líquido a ser medido for muito viscoso, pode-se medir o volume pela diferença.
Os equipamentos para medidas confiáveis de volume usualmente utilizados são:
1- Pipetas:
As pipetas são tubos cilíndricos de vidro utilizados para transferir, ou seja, medir e escoar, determinados volumes de um líquido. Assim, as pipetas permitem a transferência de volumes conhecidos, com precisão, de um recipiente para outro.
Existem dois tipos fundamentais de pipetas:
· Pipeta Volumétrica ou de Transferência: São pipetas que transferem um volume fixo, único, entre 0,5 e 200 mL, apresentando códigos coloridos para facilitar a identificação do volume dispensado. São tubos cilíndricos de vidro com a ponta afilada, providas de um reservatório central, podendo ser de escoamento parcial ou total.
· Pipetas de Medida ou Calibradas: São pipetas aferidas em unidades convenientes para que permitam a dispensa de qualquer volume, até uma capacidade máxima, a qual pode variar entre 0,1 a 25 mL. Apresentam também graduações que podem ser decimais (1/10) ou centesimais (1/100) do milímetro. Também são confeccionadas em vidro em formato cilíndrico com a ponta afilada.
As pipetas volumétricas e calibradas são preenchidas até a sua marca de calibração na parede externa; a transferência do conteúdo da pipeta para o recipiente é dependente de cada caso.
Como existe uma atração entre a maioria dos líquidos e o vidro, uma pequena quantidade de líquido tende a ficar retida na ponta da pipeta, depois que a mesma é esvaziada. Este liquido residual em alguns casos pode ser soprado e em outros não.
2  - Provetas:
São cilindros graduados destinados a medir volumes aproximados de determinados líquidos. A graduação é variável de acordo com a capacidade máxima.

3 - Buretas:
As buretas são capazes de dispensar qualquer volume, até a sua capacidade máxima, sendo que estas apresentam uma precisão muito maior que a da pipeta, ou seja, são aparelhos volumétricos que medem volumes exatos.
A bureta consiste de um tubo cilíndrico graduado, de calibre uniforme na fração graduada, usado para conter uma solução titulante, mais um sistema de válvulas (torneira), pelo qual a vazão é controlada.
O sistema de válvula é o que diferencia os tipos de buretas. A mais utilizada na atualidade é equipada com uma torneira de vidro colocada dentro de um cilindro de vidro esmerilhado. Um lubrificante é colocado entre as paredes para selar a passagem do líquido, devendo ser executada uma cuidadosa limpeza após o uso para evitar possíveis travamentos. Torneiras de Teflon® são comumente utilizadas, pois não são afetadas pela maioria dos reagentes e dispensão as lubrificações.
As marcas de volume na parede externa destas vidrarias são aferidas com os equipamentos limpos. Assim um nível semelhante de limpeza é necessário para que estas marcas possam ser utilizadas com confiança, pois somente assim será formado um filme superficial uniforme do líquido. Portanto, a existência de poeira, óleo ou outro contaminante irá romper este filme, sendo esta uma indicação de que a superfície está “suja”.
A limpeza deve ser feita com uma solução aquecida de detergente com uma agitação suave e breve, evitando a formação de “bolhas”, a qual irá retirar a maioria dos contaminantes. Certifique-se que a vidraria está limpa observando o filme de água na parede, o qual deve ser homogêneo, ou seja, sem há ruptura do filme. Depois de limpo, a vidraria deve ser enxaguada abundantemente com água de torneira e após com água destilada por duas a três vezes. Raramente é necessário secar vidraria volumétrica.
Ao adicionarmos um líquido em um tubo estreito este exibe uma curvatura marcante que é denominada de Menisco (Fig 01 a). Comumente é utilizada a parte inferior do menisco como ponto de referencia na aferição e no uso de equipamento volumétrico. Este ponto mínimo pode ser mais bem visualizado segurando-se um cartão de papel opaco atrás da coluna graduada (Fig 01 b).
Ao ler o volume, seu olho deve estar no nível da superfície do líquido para assim evitar um erro devido à paralaxe. O erro de Paralaxe é um fenômeno que pode provocar uma leitura: (a) do volume menor que seu valor real se o menisco for “olhado” por cima da superfície e (b e c) do volume maior se o menisco for “olhado” abaixo da superfície do líquido (Fig 01 d).

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a)
clip_image004[7]
b)
c)clip_image006[7] d)clip_image008[7]
Figura 01: a) Menisco; b e c) Leitura do Mensico; d) Erro de Paralaxe.

Procedimento:
1 - Uso de Pipetas
Introduzir a ponta inferior da pipeta (ponta da pipeta) no líquido, nem superficialmente, nem profundamente demais, ou seja, no meio da solução ou líquido que deseja transferir
Aspirar o líquido até uma altura superior a marca de aferição ou ao “Zero”, respectivamente na pipeta volumétrica e na pipeta graduada.
Vedar a parte superior da pipeta com o dedo indicador impedindo a liberação do líquido. Certifique que não há bolhas no líquido e nem espuma em sua superfície. Retirá-la do líquido, e inclinar um pouco enxugando a parede externa com papel absorvente.
Tocar a ponta da pipeta no recipiente para ajustar o nível do líquido ao traço de referência superior, deixando o líquido escoar vagarosamente, dando uma ligeira folga na pressão exercida pelo seu dedo indicador, deixando-a na posição vertical.
Então coloque a ponta da pipeta dentro do frasco receptor (onde se deseja transferir o líquido) e deixe o líquido escorrer vagarosamente como descrito acima, até o volume desejado. A seguir vede novamente a parte superior com o indicador e retire a pipeta do frasco receptor.
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Figura 02: Técnica de Pipetagem

2 - Uso de Buretas
Antes de usada a bureta deve estar muito limpa e a torneira lubrificada com graxa especifica.
Montar a bureta em suporte adequado de maneira que a torneira fique voltada para baixo e para o lado direito (Fig 04).
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Figura 04: Montagem da Bureta.

Certifique-se que a torneira esteja fechada. Adicione 5 a 10 mL do titulante e cuidadosamente rode a bureta para molhar seu interior completamente. Deixe o líquido escoar através da torneira. Repita este procedimento pelo menos duas vezes.
Então encha a bureta bem acima da marca do “Zero”. Libere as bolhas de ar que existam na ponta da bureta rodando rapidamente a torneira, e permitindo, assim que pequenas quantidades do titulante passem pela ponta e arraste o ar. Finalmente, abaixe o nível do líquido até a marca do “Zero”. Após enxuga-se a extremidade externa da ponta da bureta com papel absorvente, tomando cuidado para que este não absorva o conteúdo do líquido na ponta da bureta. Manusear a torneira com a mão esquerda como a figura abaixo.
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Figura 05: Manuseio correto da torneira da bureta

O desenho exemplifica o método mais adequado para a manipulação da torneira da bureta. Quando a mão é colocada desta forma, qualquer tendência para movimentos laterais pela torneira será na direção de firmá-la.
Então proceda a marcação de volume necessária, escoando, lentamente, o líquido da bureta.

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